7.05.2015

vagebond

ócio, para que te quero.

Uma vez li algures qualquer coisa como, "não tenho bem a certeza se quero mais disto, mas certamente que quero um bocadinho daquilo".  
Não há preto nem branco neste frase, é por isso que gosto dela. Não vem carregada de definições e certezas, não trás agarrado o pretensioso bem e o igualmente pretensioso mal.
Repito, não há preto nem branco. Que aborrecido é o preto e o branco, ou o branco no preto. Ou o preto no branco, ou como preferirem dizer. 
É sim como aquelas caixas bonitas de lápis de cor, que cheiram a sonhos e a madeira. Há incertezas que são deliciosas e indefinições que não têm que ser definidas. Há o azul, o amarelo, o verde, o cor-de-laranja e o lilás. Hoje podemos ser vermelho, amanhã talvez sejamos rosa. Porque não?
O tempo, esse, é demasiado curto para que seja tudo branco ou preto. Ou preto no branco. Ou branco no preto. Ou tudo o que não seja aquela caixa de lápis de cor bonita com cheiro a sonhos e a madeira.
Hoje toda eu sou azul e não tenho bem a certeza se quero mais disto. 
Amanhã não sei se serei lilás, mas certamente que vou querer um bocadinho daquilo.




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2 comentários:

  1. Trocadilhos deliciosos! Gosto muito. E Alijó sente a tua falta! :)

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  2. A indefinição. Talvez o meu estado preferido.
    Adorei o texto ♡
    Um beijinho*
    Ana

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O meu nome não é Rita Laranja. E gosto de tirar fotografias. amidnightinbuenosaires@gmail.com