o caos de Nápoles

As palavras, fugidias, não conseguem fazer jus à bela Napoli e eu, saudosista, 

lembro-me como se fosse hoje...

Não é fácil tentar explicar como é Nápoles, cidade que saúda o Tirreno de frente, mas é fácil, isto sim é facil, apaixonarmo-nos por ela.

Apaixonamo-nos primeiro pelas as ruas. Há magia nas ruas de Nápoles, magia sensual e inebriante, uma massa em constante movimento, calor humano acre, doce, quente, vivo que se nos apega à pele para não mais sair. Depois apaixonamo-nos pela musica e pelos livros, esta combinação quase perfeita que vive em cada esquina, no coração das praças, em cima de uma vespa ou num vendedor de rua.

Apaixonamo-nos por Nápoles de dia, apaixonamo-nos de noite, apaixonamo-nos pela desorganização despreocupada, pela sua personalidade peculiar, pelo caos viciante, pelo trânsito, pelas vespas que nos levam à frente, pela margherita, pelo senhor que toca na praça, pelo Vesúvio, pelas praças repletas de gente, pela singularidade, pela arte, pela história, pelos mapas, pelas danças da meia-noite, pelas galerias  pelos ricordi, pelo gin à noite, pelas passeatas de dia. Nápoles é menina, é mulher, é senhora, de paixões arrebatadoras, de amor louco e desenfreado, daquele que não faz mal acabar, daquele que só por ter existido valeu a pena.

Nápoles é isto e tão mais, que temo que todo e qualquer vocabulário acabe, inevitavelmente, por se esgotar.