Um livro, um bom livro. A luz de fim de tarde que teima em entrar pela minha janela. A minha nova janela.
Faz algum tempo que não te escrevo. Não me perguntes porquê, não teimes em fazer-me perguntas difíceis. Há coisas que não se explicam, assuntos que não se escrutinam, palavras que não se repetem.
Há palavras que não se repetem. Não porque já não façam sentido, não por estarem gastas e velhas, não. Há palavras que não se repetem porque a ampulheta do universo é maior que eu, é maior que tu, acredito que às vezes é maior do que todas as palavras.
Da minha janela vejo uma nova aurora, um novo crepúsculo, uma luz diferente mas igualmente bonita. Sempre gostei das minhas janelas. Sempre gostei de uma luz diferente a entrar pelas minhas janelas.
O livro, esse não é novo. É o livro de sempre, independentemente das janelas novas, das auroras novas, dos crespúsculos novos, das palavras que não se repetem. É o meu lugar-comum a todos os lugares. Não faz mal, gosto que seja assim.
Quanto às palavras que não se repetem, tal como a minha nova janela, talvez sejam tempos de novas palavras. Tal como a luz a entrar pela minha janela, talvez sejam tempos de palavras diferentes mas igualmente bonitas. E tu sabes... sabes como eu gosto de palavras.
Agora, silêncio por favor. Da minha janela, o crepúsculo diz-me olá. Às vezes é estritamente necessário observarmos em silêncio as coisas verdadeiramente bonitas.
Agora, silêncio por favor. Da minha janela, o crepúsculo diz-me olá. Às vezes é estritamente necessário observarmos em silêncio as coisas verdadeiramente bonitas.
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