9.25.2014

por onde passamos

Descobri este artigo um pouco por acaso, o título chamou-me a atenção, as ilustrações venceram a minha preguiça em ler coisas nas horas de puro ócio.  "10 Stories That Prove Study Abroad Changes You In The Best Possible Way", publicado no The Huffington Post, recordou-me um outro tempo em que a mochila era a minha melhor amiga e o desconhecido era o mais apetecível dos frutos.
Começa logo como um interrogação daquelas, qual foi o sítio que te mudou, cliché q.b., sei o que responder. Nem sempre o soube, à medida que nos distanciamos no tempo começamos a entender o quão importante aquilo foi.
Estudei no estrangeiro já lá vão uns anos, no mágico país das tulipas, onde a bicicleta (com um cesto, para ser ainda mais bonito) era a minha rotina, o ignlês ainda era uma barreira para conctactos mais profundos mas deixava de o ser na happy hour do Joffer, das onze à meia-noite.
Percebo agora de como era novinha nessa altura, tempos sem grandes reflexões interiores, o mais importante era picar o bilhete de interrail e seguir para a próxima estação. Não sei se estes meses me mudaram, nunca pensei verdadeiramente nisso.
Mais tarde, recentemente até ou talvez não tão recentemente como gostaria, vivi um tempo na bela Itália. Estava mais crescida, aprendera já algumas coisas boas, más, tanto faz, mas que me levaram a viver tudo de maneira diferente. Foi um tempo de paz, sentia-me em paz, um doce desassossego como há muito não sentia ou talvez nunca tivesse sentido.
Hoje sei que foi este o sítio que me mudou, as pessoas com quem me cruzei, tudo o que aprendi, vi e senti.
Faz bem sair da nossa zona de conforto, dormir longe da nossa almofada de sempre, desenrascarmo-nos com pouco mas aproveitar cada viagem, cada gelado, cada cerveja, cada esplanada.
Nunca irei esquecer aquela manhã em que saí de casa atrasada como sempre, entrava às oito, um caso sério, e na varanda em frente um senhor ouvia La Vie em Rose, de janela aberta para o mundo. Senti que estava no melhor sítio para se estar.




"My family joked that I would meet a man, fall in love and never come back. And they were right. I did fall head-over-heels in love, but it wasn’t with a human. It was with that wonderful, magical, intoxicating city. My imagination had always been able to run a bit wild, but the moment I arrived, it took off in a full-on sprint, and I’ve never been the same. My ideas grew bigger, and I tapped into a part of my brain I never knew existed. Suddenly and unapologetically, my dreams had no limits."




Ilustrações deliciosas de Noelle Campbell.



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1 comentário:

  1. Fiz Erasmus em Roma, tinha 19 anos. Sei que foi a partir daí que me deixei encantar com as viagens, o desafio de uma língua estrangeira, o prazer que sempre me deu conhecer gente e perguntar: de onde és? Depois de Roma ainda nao parei, mas mais nenhuma cidade me marcou como aquela. Nunca mais lá voltei, 'já lá vao quase 11 anos. Tenho receio de arruinar a perfeito amor platónico que esta cidade ocupa dentro de mim.

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O meu nome não é Rita Laranja. E gosto de tirar fotografias. amidnightinbuenosaires@gmail.com