a primeira parte de um pôr-do-sol

Escrevo e reescrevo, com a perfeita noção de que tudo o que tenho para dizer não vai ser dito. Tudo o que tenho para contar, não vai ser contado. Tudo o que vi, não vai ser mostrado.
Escrevo e reescrevo, com a perfeita noção de que nada disto me incomoda. Que toda e qualquer palavra que guardo para mim é secreta, o mais ínfimo detalhe é meu, e que todas as fotografias do mundo pertencem-me. E com esta presunção toda, ainda digo mais, digo que este pôr-do-sol, estas cores, esta calmaria, foi das mais bonitas que vi.

Amanhã,  

chega a segunda parte de um pôr-do-sol.