12.31.2012

Adeus, sem cerimónias

Digo-te adeus sem hesitar. Encho o peito para te dizer adeus, para dizer vai e nunca mais voltes e nisto do calendário meus caros, nisto podemos acreditar. O ano chega ao fim e nunca mais vai voltar.
Digo-te adeus, despeço-me sem grandes cerimónias, sem grande pesar, despeço-me com alívio por te ver chegar finalmente ao fim.
Não foste bom para mim, foste um grande filho da mãe, detestei-te muitos dias muitas horas muitos minutos e segundos. Detestei-te com todas as forças que tinha. Detestei-te nos teus dias de vinte e quatro horas que para mim tinham trinta, e ao mesmo tempo detestei-te nos teus dias que passaram a correr, que levaram um pedaço de mim, pedaços que eram meus por direito, pedaços que antes de ti não eram pedaços.
Hoje vou dizer-te adeus. Sem qualquer emoção. Sem qualquer nostalgia. Sem qualquer vontade de me voltar a lembrar de ti. E quando chegar o momento de te perderes no tempo para sempre, quando comer as doze uvas porque não gosto das doze passas, quando chegar esse momento não me vou lembrar de tudo o  que me tiraste. Vou antes contar bem alto até que acabes, até que te desfaças, até que por fim te resumas a uma folha rasgada.
E sabes, depois te perderes no tempo para sempre depois disso, vou apenas lembrar-me que tenho trezentos e sessenta e cinco dias para ser verdadeiramente feliz. 


É isto, tudo o que queremos é isto.
E para vocês, meus caros, o melhor do mundo.
Um feliz, muito feliz dois mil e treze.



2 comentários:

  1. então que 2013 seja bem melhor para ti!
    bom ano :). e que 2012 fiquei bem enterrado!

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  2. fantástico texto!
    e sim, muitas vezes não há nada mais libertador que deixar o passado esquecido bem lá atrás e caminhar em frente sem hesitar.

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O meu nome não é Rita Laranja. E gosto de tirar fotografias. amidnightinbuenosaires@gmail.com