Há lugares e lugares, há de haver há de haver lugares e lugares das horas mortas.
E isto dos lugares das horas mortas também tem muito que se lhe diga, tal como há lugares e lugares também há lugares das horas mortas e lugares das horas mortas.
No que toca a lugares e a lugares das horas mortas, é relativo. Tudo nesta vida é relativo, e não fui eu quem disse. Limito-me a comprovar, todos os dias comprovo a relatividade de todas as coisas, de todos os lugares, até dos lugares das horas mortas.
A relatividade dos lugares das horas mortas é a minha disciplina favorita. Reparo, quando tenho horas mortas reparo que há lugares onde as horas mortas fazem todo o sentido, não passam de horas a serem mortas como deveriam ser. O tempo passa sem fazer barulho, a inércia toma conta do relógio, não há linhas de pensamento. Não há linhas de pensamento. Vou repetir não há linhas de pensamento.
Em toda a relatividade de lugares, estes são os meus lugares preferidos das horas mortas. Estes, onde o tempo não faz barulho, onde a inércia agarra as minhas mãos e onde não imagino sequer pensar.
Como aluna aplicada que sou, nesta disciplina dos lugares das horas mortas, descubro que estes lugares não são estes lugares. Vamos falar no singular, só há um lugar das horas mortas para mim. Este, onde posso ver as gotas da chuva a cair, também elas no seu lugar das horas mortas o preferido talvez. Este que é só meu e este que vou guardar segredo.
Em todos os outros lugares das horas mortas que conheço, há demasiadas linhas de pensamento. Há de haver há de haver demasiadas linhas que não me apetece cruzar.
E isto, anda-me a apetecer.
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